sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dicas_Livros


Publicações gringas ensinam como ganhar dinheiro fazendo frilas

O que a última Bienal do Livro trouxe de indispensável e novo para o jovem jornalista? Não há muita coisa entre o milhão e meio de exemplares que ficaram expostos no Pavilhão do Anhembi até o dia 19/3. Mas uma boa garimpagem pode descobrir uma ou outra novidade que valha a pena incorporar à biblioteca.

A coletânea "Mídias Digitais" (Ed. Paulinas), organizada por André Barbosa Filho, Cosette Castro e Takashi Tome, tenta jogar uma luz no futuro próximo da televisão e rádios digitais, bibliotecas virtuais e questões de direito autoral. O comunicador que entra no mercado não deve esperar encontrar revistas e telejornais tradicionais pela frente. A internet, a interatividade através da tv digital, as novas fontes são uma realidade no front do jornalismo diário.

"Mídias Digitais" pode ser uma introdução a esse universo. "O livro é um subsídio importante para pensar as modificações que estamos passando no dia-a-dia. A idéia foi convidar as pessoas de campos de estudo e trabalho diferentes para mostrar que as tecnologias de informação e comunicação, independente da área, estão relacionadas", explica a organizadora Cosette Castro.

Reportagens-hqs

O jornalista e desenhista Joe Sacco, que tem agora seus primeiros trabalhos relançados em "Derrotista", pela editora Conrad, é premiadíssimo por suas "reportagens-hqs" sobre a Palestina e a Guerra da Bósnia. Recentemente foi contratado pelo jornal inglês The Guardian para acompanhar os marines no Iraque. Apesar de ainda ser ignorado pelo jornalismo "sério" brasileiro (mesmo depois que a HQ "Maus" de Art Spiegelman tenha abocanhado o Pulitzer), Sacco dá uma aula de integração arte/texto para os jovens jornalistas e designers e apresenta um horizonte ainda pouco explorado pelas revistas e jornais brasileiros.

Notícias de uma guerra
O âncora da Globo, William Waack, esteve na Bienal lançando o livro "História das Guerras" ao lado do organizador Demétrio Magnoli. "É um livro de referências no qual o jovem jornalista pode tirar dúvidas sobre alguns acontecimentos que influenciam o mundo hoje", explica Waack. Quem pretende ser correspondente de guerras, trabalhar com jornalismo internacional ou quer apenas entender a conjuntura mundial deve ler a obra. "É um estudo sobre as guerras que mudaram a história, num duplo sentido: mudaram a história da humanidade e mudaram a história militar. As Cruzadas reverberam hoje nos gritos de Osama Bin Laden, que clama por uma 'guerra contra o Ocidente'", completa Magnoli, que ainda indica aos jovens jornalistas os lançamentos "O Atentado", de Yasmina Khadra (Sá Editora), o relançamento da trilogia de Isaac Deutscher sobre Trotski (Civilização Brasileira) e, saindo em maio, um estudo do Conselho de Inteligência Nacional dos EUA sobre o mundo em 2020 (Ediouro).

Design e negócios

O livro trilingue (espanhol, português e italiano) "Design do Século XXI", lançado pela Taschen no Brasil durante a Bienal, organizado por Charlotte e Peter Fiell, traz uma visão do futuro, assim como os trabalhos mais recentes e inovadores de 45 designers contemporâneos. Imperdível para o designer que quer estar atualizado com os lançamentos mundiais. Outro destaque inovador é "A cor no processo criativo: Um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe", de Lílian Reid. Inovador pela raridade, no Brasil, de estudos da importância da cor nos diversos elementos da comunicação e design.

Por fim, os jornalistas interessados nos negócios da comunicação devem dar uma conferida na revista de mesmo nome publicada pela editora Segmento. Apesar de já ser publicada há algum tempo, a "Negócios da Comunicação" é ainda pouco conhecida, mas traz matérias abrangentes e diversificadas que englobam jornalismo, mercado editorial, design e gráficas. Vale a pena conferir mais informações no site.

Enquanto isso, lá fora, ganhando dinheiro como frila

Como ganhar dinheiro sendo freelance? Como construir uma carreia jornalística de sucesso? O impacto dos blogs na comunicação... Nos Estados Unidos e na Europa, os livros de jornalismo apostam no filão dos manuais. É o caso de Journalism Career - Your questions answered, de Sean MacManus. Jornalista freelance, britânico, que colaborou com diversas publicações (Melody Maker, Marketing Week, Personal Computer World, etc), Sean MacManus criou um site para divulgar seu trabalho. Impressionado com o número de estudantes que vinham pedir conselhos para carreira, Sean resolveu escrever o e-book Journalism Career, que pode ser baixado no site.

A livraria virtual Amazon também destaca lançamentos em jornalismo, fotografia e técnicas de escrever, entre eles a versão atualizada de The Writer's Handbook 2006, de Barry Turner e o The Freelance Writer's Handbook: How to Make Money and Enjoy Your Life de Andrew Crofts. Este último é indicado para iniciantes interessados em ganhar dinheiro vendendo seu talento com as palavras. É um manual abrangente que engloba das diversas formas de jornalismo até roteiros para televisão e cinema, usando uma visão de marketing para se obter sucesso e ver seus textos publicados.

Em Portugal também existem livros com novidades para jornalistas, além de uma das melhores bibliotecas virtuais com textos acadêmicos de comunicação. Vale a pena ver o livro "Weblogs: Diário de Bordo" da autoria de Elisabete Barbosa e António Granado.

A voz do povo

"Sinceramente, sinto falta de uma literatura, que trate melhor dos aspectos práticos e das dificuldades reais do jornalismo, sem muitas teorizações", reclama Renato Faria, estudante de jornalismo da USP-SP. A universidade e os livros no mercado parecem não atender as novas dúvidas dos jovens comunicadores. E a bibliografia existente ainda é vista com ressalva pelos estudantes: "Devemos encarar livros que abordam as questões do jornalismo moderno com um "pé atrás", pois é algo que ainda se discute. Não há como afirmar que são "bíblias" do novo jornalismo para os estudantes e profissionais seguirem à risca.", ressalva Alan de Faria, da Unesp-Bauru.

Fonte: Site Curso Abril

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